Foto: O Vigilante |
O motorista que dirigia o ônibus de jogadores que caiu em uma ribanceira no início do ano em Minas Gerais vai responder por homicídio culposo — quando não há intenção de matar — e por lesão corporal. O acidente foi registrado na BR-116, em Além Paraíba, e deixou 5 mortos e 28 feridos.
O delegado Marcos Vignolo, que esteve à frente da investigação, afirmou que a causa do incidente foi a perda do controle direcional do veículo. A apuração também descartou que ele corria.
“Acreditamos que ele — o condutor — teve uma perda de consciência momentaneamente depois de uma parada pro lanche”, explicou.
Na época, o ônibus era ocupado por jogadores, com idades entre 14 e 18 anos, e comissão técnica do Esporte Clube Vila Maria Elena, de Duque de Caxias (RJ). Eles voltavam da Copa Nacional Ubaporanga.
Ainda conforme o delegado, as condições climáticas eram boas no momento do acidente, bem como a do asfalto.
“O veículo também estava bom e sem problema mecânico que pudesse ter sido responsável”, revelou.
Segundo o delegado, o motorista chegou a alegar que outro veículo fechou ele na estrada. “Não teve marca de drenagem na pista. Não acreditamos nessa versão”.
Após a finalização do inquérito, que durou 3 meses, o motorista irá responder por cinco homicídios culposo e diversas lesões corporais. Ele segue em liberdade.
A Polícia Civil chegou a divulgar que a investigação seria finalizada após 10 dias do acidente. Contudo, conforme o delegado, o tacógrafo — dispositivo empregado em veículos para monitorar o tempo de uso, a distância percorrida e a velocidade que desenvolveu — ficou danificado.
O aparelho chegou a ser avaliado por um perito, que quando foi fazer a extração da velocidade não conseguiu. “Desde 5 de janeiro de 2023 o tacógrafo estava inoperante, pois o sistema de coleta de dados estava com um problema”, explicou Marcos Vignolo.
De acordo com o delegado, quem confere se o dispositivo está funcionando ou não é a própria empresa. “Eles não fizeram, configurando uma infração administrativa”, complementou o delegado em entrevista coletiva.
O g1 tenta contato com a LG Turismo para saber se a empresa gostaria de se manifestar sobre a informação e aguarda retorno.
Como estão as vítimas?
As vítimas do acidente seguem em recuperação. De acordo com o delegado, muitas passam por fisioterapia, já que as lesões foram na coluna. Outras tiveram ferimentos causados por estilhaços de vidro das janelas quebradas.
O adolescente Cauan Vicente, de 16 anos, ainda corre o risco de ficar paraplégico, mas a recuperação foi considerada positiva.
“Ele está fazendo pequenos avanços com a fisioterapia e todo tratamento. Ele já consegue mexer o tronco e, nos membros inferiores, consegue sentir temperaturas, o que está quente ou frio, mas ainda não mexe”, contou ao g1 Rio de Janeiro, o cunhado de Cauan, Juliano Soares.
Veja abaixo o resumo do caso:
Vinte e quatro vítimas foram encaminhadas para o Hospital São Salvador, em Além Paraíba; duas delas foram transferidas para Muriaé.
Outras cinco foram levadas para a Casa de Caridade Leopoldinense, em Leopoldina;
Quatro adolescentes, entre 13 e 15 anos, morreram. Um jovem de 18 anos, técnico do time, também foi a óbito.
O veículo caiu de cabeça para baixo, perto de um riacho, após o motorista do ônibus perder o controle da direção.
A viagem consta como registrada no sistema de Licenças de Viagem Nacional da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
(G1 ZONA DA MATA)
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