FOTO: PEDRO SOUZA/ATLÉTICO |
Após a derrota do Atlético-MG por 1 a 0 para o Libertad, na primeira rodada da fase de grupos da Libertadores, o técnico Chacho Coudet disparou contra a diretoria, se revoltou com parte da torcida e cogitou deixar o clube antes do fim do contrato. O treinador criticou as recentes saídas de atletas (Ademir e Sasha) e pediu reforços para seguir no trabalho.
- O diretor esportivo falou do grupo, houve um tanto de coisa que estavam sobre a mesa. Não vim pelo dinheiro, nem por nada, venho pelo desafio. Eu aprovei alguma venda? Ou não souberam que a última venda que não era para sair. Ou que Sasha, no lugar dele, era um jovem o substituindo. E para o jogo aéreo, colocaria outro juvenil.
"Não era a situação que me prometeram. Se não trazem três, quatro milhões. É normal isso? Os investidores acompanham até a morte os diretores e os jogadores. Mas meu contrato está na mesa. O que vivi hoje é uma loucura, sendo arremessada cerveja".
Na saída do campo, após a derrota, o treinador acabou sendo atingido por um copo de cerveja vindo das arquibancadas, situação que o deixou bastante indignado. Por diversas vezes, durante a entrevista coletiva, ele tocou no assunto.
"Agradeço os torcedores que empurram até a morte. Mas vivi hoje algo que nunca tinha visto, meu próprio torcedor atirando copo de cerveja. Isso é normal com 10 partidas ganhamos?"
- Estou todo dia trabalhando melhor, tentando trazer quatro jogadores de graça, pedindo aos investidores por favor que tragam um volante. A equipe jogou muito mal, sim, mas assim é difícil. Com 20 jogadores, não teremos dificuldades com três competições? Ou acreditam que não era importante segurar jogadores? O que era mais importante: esse jogo ou a final? Me encanta a loucura dos torcedores, mas há um limite. Posso suportar pressão, um tanto de coisa que pode acontece, mas essa situação é muito diferente.
O treinador explicou ainda que pediu uma cláusula de saída. Que conversou com o presidente Sérgio Coelho e também com os mecenas (4R's) sobre a situação. O Galo ainda tem pela frente a final contra o América-MG no domingo, pelo Estadual.
- O único que pedi é uma cláusula de saída, porque trocou tudo. É a única coisa que pedi aos investidores e diretores. Pedi uma cláusula de saída. Porque não é o que me prometeram quando me buscaram. Os clubes grandes são difíceis. Mas é o que há. Eu assinei por dois anos. E agora, o que faço?
Camisa 9
- Disseram que iriamos correr este risco (sem atacantes). Não quiseram trazer um nove. Mas a situação não é esclarecida para os demais. Mas quem corre o risco e quem poe a cara sou eu. Esse não era o panorama quando eu vim. Minha ideia era vir ao clube pelo desafio importante que teria. Vou colocar a cara. Mas eles também que falar e dizer a verdade.
O jogo
- O primeiro tempo nosso foi ruim. Em linhas gerais, não encontramos volume de jogo. Foi muito fraco o jogo, não geramos situações. Segundo tempo, corrigimos contra um rival que esta acostumado a essas situações. Tivemos chance no segundo tempo. Mas não aproveitamos. Copa Libertadores é difícil, os rivais são muito complicados.
Mudança de rota
- Mudou o projeto. Me perguntou para que eu dia. Se passamos do Felipe de Atlético de Madrid e trazer o Gilberto do Benfica, e depois trazer Lemos e Rodrigo de graça. Parece que trocou ou não? Tentamos fazer o possível. O diretor está comigo todo dia. Ligam os jogadores, ele liga. Que saiam bem e barato, é o que temos de possibilidade. Tentamos cuidar disso da melhor maneira. Queremos ganhar, as pessoas querem ganhar. Mas como treinador, temos uma final no domingo. Hoje poderíamos errar, mas no domingo jogamos por um título. Se quer saber do quanto mudou o projeto, vocês que tem que falar. Sempre sou um técnico de treinador e morro com meus jogadores. Vamos trabalhar e vamos reverter a situação. Tenho bons jogadores. Poucos, mas muito bons. Vamos tentar jogar da melhor maneira. Vamos nos preparar para jogar a final de domingo.
Treinos
- Mais do que trabalhamos não se pode trabalhar. O grupo dá mais eu 100% nos treinamentos. Temos que melhorar. Tivemos uma noite ruim e temos que melhorar. Me estranha a situação que aconteça. Certeza que podemos jogar melhorar, tivemos uma má noite. Tivemos problema com suspensão, lesionados e saídas no último momento. Temos que seguir trabalhando, tentar melhorar muito e, bom, estou confiante que esses jogadores deixam tudo. Volto a dizer, com meus jogadores, acompanho até a porta do cemitério e entro com eles. Me dão um dia a dia muito bom. Podemos jogar melhor.
(GLOBO ESPORTE)
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