FOTO: RODRIGO CORSI/FPF |
GABRIEL HERBELHA, DO R7 - Água Santa promete bicho 'gigante' em caso de título contra o Palmeiras na final do Paulistão
Sensação do Campeonato Paulista e prestes a disputar a sua primeira final da competição, o Água Santa causou muita especulação e discussão para tentar explicar como esse pequeno time de Diadema alcançou tal feito.
Além do mérito esportivo, pelas grandes atuações e bom desempenho no torneio, há também uma razão financeira: o bicho.
Para quem é alheio ao vocabulário futebolístico, “bicho” é uma expressão que simboliza um incentivo financeiro prometido aos atletas em caso de vitória.
O diretor-executivo de futebol do clube, Júlio Rondinelli, confirma a prática e explica que o “estímulo” aumentou após o treinador, Tiago Carpini, e ele terem convencido a direção de que essa seria uma forma de motivar os atletas.
“Neste ano, em um convencimento não só meu como também do Tiago Carpini, a gente mostrou para eles [a direção do clube] que era um estímulo a premiação jogo a jogo direta, não tinha valor acumulado. Então isso motiva demais o atleta a buscar sempre a vitória”, declarou.
Pelas regras estabelecidas entre diretoria e atletas, vitórias como mandante e visitante e empates longe do Distrital de Inamar garantem a remuneração extra aos atletas.
“Como a premiação é bastante significativa, fez com que o elenco sempre buscasse a vitória desde a primeira rodada, sem alteração de valor nem de condição”, conclui Júlio.
De acordo com o apurado pela reportagem, o Água Santa pagou cerca de R$ 120 mil por vitória na fase de grupos. Como o clube venceu sete jogos e empatou um fora de casa, a premiação ficou acima dos R$ 900 mil.
A classificação contra o São Paulo, nas quartas de final, e o Red Bull Bragantino, na semifinal, teve bichos consideravelmente maiores do que os R$ 120 mil.
À reportagem, Júlio confessou que, caso o clube alcance o título inédito, a premiação será “gigante”.
Em comparação ao Palmeiras, rival na final, que será disputada nos dias 2 e 9 de abril, os Aquáticos têm uma folha salarial cerca de 22 vezes menor.
O Alviverde gasta mensalmente R$ 18 milhões em salários; já o Água paga cerca de R$ 850 mil ao seu elenco.
No entanto, ao vermos a realidade do futebol brasileiro, o Água Santa é uma exceção de um clube em sua situação, que, em 2023, não tem divisão e disputa apenas o campeonato estadual.
Se disputasse a Série B de 2022, por exemplo, o clube da região do ABCD teria o sétimo maior gasto salarial da competição, à frente de times tradicionais, como Guarani, CRB, Náutico e Brusque.
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