Sérgio vem sendo pressionando por torcedores que pedem sua saída do clube — Foto: Igor Sales |
Mais um dia agitado na rotina dos cruzeirenses. A quarta-feira (14) marca o primeiro ato da SDC, a Sociedade Democrática Cruzeirense, um coletivo de torcedores associados da Raposa, na tentativa de mudanças na administração da Raposa. O grupo vai protocolar na secretaria do conselho deliberativo, Às 16h30, um pedido de impeachment do presidente Sérgio Santos Rodrigues, alegando improbidade administrativa também gestão temerária.O movimento, baseado em seu departamento jurídico, garante possuir provas necessárias que comprovam irregularidades na administração do atual mandatário. A peça, com os detalhes destas denúncias contra Sérgio, ainda não foi divulgada pelo grupo. Seriam mais de 50 páginas de anexos, com documentos, matérias veiculadas na mídia e diversas informações que serão utilizadas para justificar o pedido. Assinaturas de associados e conselheiros foram recolhidas nas últimas semanas para dar ainda mais peso ao pedido.
O ato será acompanhado de um protesto de torcedores também nesta tarde de quarta-feira (14). O coletivo aponta que o a manifestação será bem diferente das anteriores, com inteligência, painéis e atos simbólicos. Os protestos, com a mobilização de vários cruzeirenses, não apenas da chamada SDC, já começaram ainda nesta madrugada, quando várias faixas pedindo a saída do presidente Sérgio Santos Rodrigues foram afixadas, além de críticas à administração.
Validade por meio do estatuto
O Super.FC entrou em contato com José Dalai Rocha, ex-presidente do Cruzeiro, para compreender se, dentro do estatuto, há alguma prerrogativa que autorize um pedido de impeachment por parte de grupos que não estejam conectados ao conselho deliberativo.
"Não há assim uma disposição estatutária que diga claramente que é possível tal ato. Mas uma coisa que preside o direito democrático chama-se bom senso. Pelo bom senso, isso pode ser discutido. Nós estamos com um conselho complicado, com uma divergência imensa sobre o que é de interesse do Cruzeiro de um lado, desta torcida vibrante, que movimenta o time, e do outro lado, uma diretoria que está em outro mundo. Vivemos uma realidade paralela. Estamos indo para o brejo e nada é feito. Pela situação completamente fora de parâmetro, pode ser que este pedido seja admitido. Mas é uma coisa a se discutir. Várias reuniões precisarão acontecer", declarou Dalai.
A reportagem do Super.FC entrou em contato com o Cruzeiro e sua assessoria para saber de algum posicionamento sobre o tema, mas até o momento da publicação desta reportagem, nenhum comunicado foi emitido. O presidente Sérgio Santos Rodrigues, envolvido no tema, também foi contactado, mas não atendeu as ligações.
Em recente entrevista, no entanto, o dirigente já descartou qualquer tipo de pedido de renúncia e apontou que vai cumprir seu cargo integralmente até o fim do mandato. "Não, de forma alguma. Não condiciono [permanência ao acesso] à Série A. Quero dizer que estou absolutamente tranquilo, e no que me couber, enquanto puder, se o Conselho [Deliberativo] quiser e a torcida entender, eu vou cumprir [mandato] até o fim de 2023 pelo menos, que é até o fim. São vários trabalhos que estão sendo feitos, como no lado financeiro, no administrativo e no jurídico, que apresentaram melhoras", garantiu.
"Sobre rejeição e protestos, acho muito curioso falar protesto relevante. É bastante gente, mas é protesto com trio elétrico, que dá briga, que a gente fica sabendo que tem ônibus liberado. A gente sabe o cunho que tem por trás desse tipo de protesto", contestou.
Presidente do conselho deiberativo celeste, Nagib Simões já está a par do tema e marcou o encontro com a SDC nesta terde. O dirigente também foi contactado, mas justificou a presença em uma reunião e não comentou sobre o pedido de impeachment de Sérgio Santos Rodrigues.
>> O Tempo/SuperFC
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site.