Foto: Daniel Augusto Jr/Corinthians |
Acabou em ação milionária a relação entre Renê Júnior e o Corinthians, seu clube até o ano passado. No fim da noite desta quinta-feira, o jogador entrou com uma ação na 72ª Vara do Trabalho de São Paulo em que pede o pagamento de R$ 8,3 milhões. O atleta reclama o não pagamento de parte do salário, parcelas de 13º, FGTS, além de indenização por assédio moral e ausência de recebimento de seguro por acidente de trabalho.
Somente de FGTS, o clube deve 29 cotas, totalizando R$ 620 mil de dívida. Não paga, segundo a ação, desde novembro de 2018.
A base da argumentação do atleta no processo são as três cirurgias sofridas nos joelhos esquerdo e direito, no período em que ele esteve no Corinthians. A primeira delas ocorreu com apenas três meses de clube.
Na ação, seus advogados Filipe Rino e Thiago Rino narram que embora ele tenha se recuperado rapidamente e tenha voltado a treinar em dois meses, Renê lesionou o outro joelho um mês após o retorno às atividades, tendo de ser operado novamente.
Cinco meses após esta segunda cirurgia, no entanto, as dores persistiam, contam os advogados. E o jogador precisou passar por um terceiro procedimento. Ao todo, Renê ficou 466 dias afastado.
No pedido de indenização, o jogador afirma que em que pese tenha ficado longo período lesionado, quando retornou às atividades, conseguiu reconquistar espaço no time, sendo escalado como titular em algumas partidas. Mas no ano passado, ao fim do período de recuperação das três cirurgias, o volante foi emprestado ao Coritiba, tendo a promessa de que seu salário e demais encargos continuariam sendo pagos pelo Corinthians, mas, segundo a ação, isso não ocorreu integralmente.
Com a paralisação do futebol em função do coronavírus, o ano de 2020, no entanto, não contribuiu para que o atleta pudesse voltar às atividades. E no segundo semestre ele retornou ao Corinthians. Ao regressar ao clube, narra na ação, foi colocado para treinar separado dos demais jogadores.
O fato de ter excluído dos treinamentos e demais atividades da equipe foi interpretado pela defesa do atleta como "assédio moral".
"Proibir um atleta profissional de treinar com o restante do grupo, forçando-o a treinar sozinho, sem sequer a supervisão de um profissional, debilita o estado físico do atleta, colocando-o coercitivamente abaixo do nível dos demais profissionais.
O afastamento e a ausência de oportunidade de disputar uma única partida em uma temporada inteira, ficando longe da forma física, técnica e tática ideal, aliado a não ter disputado um jogo sequer em quase um ano, refletiram negativamente na carreira do reclamante”, sustentam os advogados no pedido de indenização.
O infortúnio de Renê poderia ter sido amenizado, segundo os advogados, se o Corinthians tivesse feito seguro contra acidente de trabalho em nome do atleta, como determina a Lei Pelé. Caso tivesse o benefício, o atleta poderia ser indenizado pelo tempo em que não atuou em função das três cirurgias, além de ser recompensado financeiramente pelos danos à sua carreira.
Segundo os cálculos da defesa, o valor mínimo pelo seguro que o jogador deveria receber é de R$ 3 milhões. Somam-se a este valor, as cotas de FGTS, os salários e valores de 13º não recebidos, o pedido de indenização por assédio moral, além de honorários e multa. O valor total da ação é de R$ 8,3 milhões.
Renê Júnior foi contratado em 2018, atuou em 13 partidas pelo Corinthians tendo feito um gol. No Coritiba, fez dez partidas, três no Brasileiro.
A reportagem entrou em contato com o Corinthians e aguarda o posicionamento do clube.
Globo Esporte
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