14/12/2019

Projeto de iniciativa popular sugere baixar salários de vereadores

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Um abaixo-assinado de apoio a projeto de lei de iniciativa popular – organizado por um grupo de moradores da cidade de Reduto, na Zona da Mata – sugere que os vereadores recebam um salário mínimo como teto para o subsídio mensal. Atualmente, os nove vereadores têm salário de R$ 3.503,91 – ou 3,5 vezes maior que o salário mínimo vigente no país, de R$ 998 –, para apenas dois dias de trabalho por mês.

O abaixo-assinado, com 13 folhas e 318 assinaturas, foi protocolado na Câmara Municipal no último dia 3. A iniciativa partiu do técnico de informática Eduardo Costa, de 32 anos, e mais nove pessoas. Ele afirma que o motivo é o desgaste com os políticos locais, já que há falta de representatividade por parte dos vereadores e, recentemente, houve casos de processos por improbidade administrativa envolvendo antigos prefeitos.

Para Eduardo, o principal atrativo de ser um vereador na cidade é o salário alto. “Isso está fora dos padrões de um trabalhador normal. Já com um salário mínimo, as pessoas que forem concorrer ao cargo vão realmente pensar no povo, e não no próprio bolso”, alerta. Com a redução de salário, Eduardo ressalta que a economia pode chegar a mais de R$ 200 mil por ano.

De acordo com um dos organizadores da ação, o advogado Abraão Lopes Ferreira, de 30, o salário do vereador é incompatível com a realidade da cidade, de apenas 7.105 habitantes, já que são somente duas sessões mensais. “Nós não temos representatividade, há vereadores que estão lá há 15 anos e usam a máquina pública para se eleger”, ressalta.

O presidente da Câmara, Ailton Robadel de Souza (PV), concorda que é direito do cidadão questionar, mas aponta que é apenas um pequeno grupo que faz oposição. Segundo o parlamentar – que está em seu segundo mandato consecutivo e também trabalha como motorista na prefeitura –, a Câmara vem reduzindo gastos, já cortou o 13º salário e, no dia a dia, o vereador está perto do povo e isso tem custo. “Para mim, isso tudo é demagogia”, afirma Ailton Rodabel.

(Estado de Minas)

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