Minas Gerais investiga 51 casos prováveis de sarampo neste ano; quatro pessoas já tiveram diagnóstico confirmado para a doença. Os dados são do boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), nesta quarta-feira (9), que apontou 190 notificações de sarampo em 73 municípios neste ano. Porém, exames laboratoriais indicaram que 135 desses casos (71%) foram descartados para a doença.
A secretaria reforça a importância da aplicação de duas doses de vacina tríplice viral em toda a população, já que atualmente o país enfrenta surtos de sarampo em São Paulo, Rio de Janeiro e Pará. Além disso, alguns casos isolados foram identificados em Santa Catarina, Amazonas e Roraima.
De acordo a secretaria, Minas apresenta cobertura de 74,14% em pessoas com uma dose da tríplice viral - levando-se em conta dados de 1997 a fevereiro de 2019. A faixa de idade com maior cobertura é a de 1 ano, com 98,31%. Já a faixa de idade de 40 a 49 anos apresenta a menor cobertura, com 39,57%. Estima-se que, no Estado, mais de 3,92 milhões pessoas entre 1 e 49 anos de idade ainda não foram vacinadas com uma dose contra o sarampo.
Já com relação à segunda dose, a cobertura vacinal cai para 41,43%. Nesse caso, a faixa de idade com maior cobertura é a de 1 ano de idade, com 81,51% e a faixa com menor é a de 20 a 29 anos, com cobertura de 3,74%. Já a estimativa de não vacinados no Estado de Minas Gerais sem duas doses da vacina dentro da faixa de idade de 1 a 29 anos de idade é de 5.476.932 pessoas. Importante lembrar que a segunda dose é fundamental para garantir a imunidade para a doença.
Veja como é o esquema vacinal para quem ainda não foi imunizado contra o sarampo:
SES / Divulgação |
Pessoas de 30 a 49 anos, caso não tenham nenhum registro de dose da vacina tríplice ou tetraviral, deverão receber apenas uma dose.
Vacina para bebês
A situação em alguns locais do país é tão preocupante que o Ministério da Saúde fez um alerta aos pais, mães e responsáveis que vão viajar com os filhos de seis meses a menores de um ano de idade para 43 municípios em situação de surto ativo do sarampo no país. A recomendação é que todas essas crianças, nesta faixa etária, sejam vacinadas contra a doença, no período mínimo de 15 dias, antes da data prevista para a viagem.
A chamada “dose zero” não substitui e não será considerada válida para fins do calendário nacional de vacinação da criança. Assim, além dessa dose que está sendo aplicada agora, os pais e responsáveis devem levar os filhos para tomar a vacina tríplice viral (D1) aos 12 meses de idade (1ª dose); e aos 15 meses (2ªdose) para tomar a vacina tetra viral ou a tríplice viral + varicela.
Mesmo com o avanço do sarampo no Brasil, o Ministério da Saúde adiou a chamada Campanha Nacional de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Vacinação da Criança e do Adolescente, que acontece todo ano e estava prevista para o período de 5 a 23 de agosto deste ano.
O motivo, segundo o órgão, foi a reprovação no teste do Instituto Nacional Controle Qualidade em Saúde (INCQS) de lote de vacinas pentavalente do laboratório indiano, Biologicals E. Limited. "A fim de manter a regularidade dos estoques nacionais e ofertar a pentavalente em tempo hábil à população, técnicos do MS se reuniram com representantes da Organização Pan americana de Saúde (Opas) para definição de novas entregas ao Brasil”, explicou.
A doença
O sarampo é uma doença viral, infecciosa aguda, grave, transmissível, altamente contagiosa e comum na infância. A doença começa inicialmente com febre, exantema (manchas avermelhadas que se distribuem de forma homogênea pelo corpo), sintomas respiratórios e oculares.
No quadro clínico clássico, as manifestações incluem tosse, coriza, rinorreia (rinite aguda), conjuntivite (olhos avermelhados), fotofobia (aversão à luz) e manchas de koplik (pequenos pontos esbranquiçados presentes na mucosa oral). A evolução da doença pode originar complicações infecciosas com amigdalites (mais comum em adultos), otites (mais comum em crianças), sinusites, encefalites e pneumonia, que podem levar a óbito.
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