segunda-feira, 8 de abril de 2019

Vereador e chefe de gabinete são presos em desdobramento de operação do Gaeco em Ipatinga

Divulgação
O vereador Osimar Barbosa (PSC), conhecido como Masinho, e o seu chefe de gabinete foram presos na tarde desta segunda-feira (8) em Ipatinga, no Vale do Aço. A prisão é mais um desdobramento da operação Dolos, do Gaeco, que investiga esquema de manipulação de salários de servidores.


Osimar é o sexto vereador preso pelas autoridades desde o início da operação, em fevereiro. Segundo as primeiras informações, os investigadores realizaram diligências no gabinete do vereador. O Gaeco ainda não detalhou se alguma prova foi apreendida na sala de Osimar e como era a ação dele no esquema; os dois presos foram encaminhados ao Ministério Público para depor.

Até a publicação desta matéria, o G1 não conseguiu falar com a defesa de Osimar Barbosa e do chefe de gabinete.

Por meio de nota, a Câmara de Ipatinga afirmou que segue comprometida com a busca da verdade. "Desde início das investigações, tem colaborado com as autoridades no sentido de garantir total transparência e isenção da instituição perante os fatos”.

Entenda o caso

A operação Dolos é uma ação conjunta entre Ministério Público, Polícias Civil e Militar, através do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Segundo as investigações, vereadores de Ipatinga contratavam assessores e exigiam deles parte do salário de volta.

De acordo com o MP, o esquema para arrecadar a verba acontecia de mais de uma maneira. A primeira delas no recebimento e entrega de valores em espécie ao representante do Legislativo por parte do funcionário contratado. A segunda modalidade era a retenção do cartão bancário, com o repasse de pequeno valor ao funcionário e manipulação na folha de ponto; muitos destes funcionários, segundo o Gaeco, eram "fantasmas". A terceira, o vereador determinava a realização de empréstimos bancários por parte de servidores com o saque e transferência para contas de interpostas pessoas que eram usadas como laranjas visando maquiar o real destino dos valores.


De acordo com o Ministério Público, além do enriquecimento ilícito, o dinheiro exigido dos assessores servia para fortalecimento dos vereadores em bairros, visando as eleições municipais. Ao todo, 12 pessoas foram denunciadas na operação, entre vereadores, assessores, contadores, corretores de imóveis e comerciantes.

São investigados no esquema, segundo o Gaeco, os ex-vereadores Paulo Reis (PROS), Rogério Antônio Bento (sem partido) e José Geraldo de Andrade (Avante), que perderam mandato ou renunciaram ao cargo na Câmara, além dos vereadores Luiz Márcio Rocha (PTC) e Wanderson Gandra (PSC). Comissões processantes foram instauradas na Câmara Municipal para avaliar as condições dos vereadores investigados.

(G1 Vales)

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