Despedida de Cuca em treino tem perdão a Marcos Rocha e melancolia
Treinador não participa de rachão como jogador, como costumava fazer
Até no treinamento foi diferente. O tradicional rachão
antes de cada partida aconteceu, mas ao contrário dos anteriores, Cuca não
participou como jogador. Fez o papel dele de treinador e, às vezes, de árbitro.
Cuca orientou normalmente o time no penúltimo dia de trabalho como treinador do
Atlético-MG (Foto: Fernando Martins)
Antes da atividade, o treinador reuniu o grupo e teve uma
breve conversa de cerca de 15 minutos. A maioria dos jogadores ficou cabisbaixa,
ouvindo as palavras do técnico pela última vez em treinamento. Foram mais de
dois anos ouvindo as orientações do comandante, que conquistou dois estaduais e
a Libertadores.
Até as brincadeiras de todo grupo foram mais amenas. Entre
um sorriso e outro por conta de uma chance perdida no treino, os jogadores
rapidamente voltavam à seriedade. Ao final da atividade, Cuca concedeu uma
breve entrevista a pedido dos jornalistas, já que o treinador irá participar de
uma entrevista coletiva oficial da Fifa no período da tarde.
Entre os assuntos, Cuca falou sobre o último treino e sua
passagem pelo clube.
- Foi o melhor lugar que trabalhei. Tanto pelo sentimento,
pelo qualidade e tempo. Fizemos tudo o que podíamos pelo clube. Peço desculpas
pelo último jogo, mas não pode apagar todo um trabalho por um jogo só. Vamos
fechar com uma vitória esse trabalho – disse o treinador.
No próximo sábado, o time encara o Guangzhou, e o treinador
manterá todo o time titular na busca pelo terceiro lugar, mas não tira da
cabeça a derrota por 3 a 1 para o Raja Casablanca.
- Lógico que não é a partida que queríamos, queríamos estar
na final. Não encaixamos o jogo, não tem uma explicação. Não jogamos bem de
maneira geral. Temos que conviver com isso. Nada mais justo que repetir a
equipe para que eles possam fazer um jogo melhor que fizeram na quarta-feira.
Não se encontra um culpado. Todos dividem um pedaço. E o pedaço maior é meu, que
foi a eliminação.
Por fim, o treinador comentou sobre a polêmica com Marcos
Rocha e perdoou o jogador.
- Fiquei muito aborrecido, porque é um menino que gosto
muito. Como treinador o entendo,
porque ele estava com a cabeça quente. Mas faz parte do passado. Que ele
amadureça com essa situação, que não se repita na carreira dele porque pode
prejudicar ele mesmo. Tem que refletir. Foi falado com ele perante o grupo, que
sirva de lição para que não faça mais no futuro.
O
presidente Alexandre Kalil acompanhou toda a atividade da
beira do gramado. Conversou bastante com a comissão técnica fixa,
formada pelos prepadores físicos Carlinhos Neves e Manoel dos Santos e o
preparador de goleiros Chiquinho, sobre o futuro e
a chegada de Paulo Autuori, o novo treinador do Atlético-MG.
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