Kashiwa Reysol supera adversidades e conquista Copa Nabisco pela segunda vez
sáb, 02/11/13
por Tiago Bontempo |globoesportes.com
Final – Urawa Reds 0×1 Kashiwa Reysol
Estádio Nacional de Tóquio – Público: 46.675
Gol: Kudo (45′+1)
Estádio Nacional de Tóquio – Público: 46.675
Gol: Kudo (45′+1)
Amarelo é a cor da festa no Kokuritsu após o título do Reysol / J.League Photos
J2, J1, Supercopa, Copa do Imperador… E
agora a Copa Nabisco. O Kashiwa Reysol conquistou o único título
doméstico que faltava na era Nelsinho Baptista e completou quatro
temporadas seguidas levantando taças. Nada mal para o clube que até 2010
só tinha um título na história, justamente da Nabisco. Já o Urawa Reds,
apesar de ter dominado durante os 90 minutos, não foi capaz de ir às
redes e ficou com o vice da Copa da Liga pela quarta vez em cinco finais
– continua sem comemorar uma conquista em qualquer competição desde
2007.
No Reysol a novidade foi o retorno de Leandro Domingues
após mais de dois meses recuperando-se de um problema no púbis. A
equipe da província de Chiba finalmente tinha seu astro de volta, mas os
desfalques não foram poucos – o volante Otani e o lateral Hashimoto
estavam suspensos, enquanto o zagueiro Daisuke Suzuki e os laterais Kim
Chang-Soo e Yamanaka estavam lesionados. O time de Saitama tinha todos
os titulares à disposição.
Ambos jogaram com a mesma formação, mas
com estilos e variações táticas bem distintas. O Reds tomava a
iniciativa o tempo todo e atacava até com os homens de defesa. Os
zagueiros extremos, Makino e Moriwaki, subiam como laterais, fazendo com
que os alas, Ugajin e Hirakawa, caíssem mais pelo meio para jogar com
os meias, Kashiwagi e Haraguchi. Koroki se movimentava para tentar a
tabela com eles e os dois volantes, Abe e Suzuki, eram responsáveis pela
saída de bola – papel que eventualmente ficava com Nasu também. Um time
onde todos os jogadores de linha têm bom passe e sabem sair jogando.
As formações iniciais: Urawa e Kashiwa no 3-4-2-1
Por outro lado, o Kashiwa foi acuado em
seu campo de defesa e chegava a formar uma linha de cinco defensores com
o recuo dos alas Fujita e Jorge Wagner. Os três zagueiros guardavam
posição e os volantes, Barada e Kurisawa, caíam pelos cantos para conter
os avanços dos zagueiros extremos e alas adversários. Um dos problemas
disso é que ficou espaço demais no meio do campo, o que foi bem
aproveitado pelo veloz e driblador Haraguchi, o mais perigoso do Urawa
em todo o jogo. Outro problema é que os homens de frente ficavam
isolados e tinham poucas chances de tocar na bola, que só vinha para
eles em forma de lançamentos longos.
Em um primeiro tempo de tensão, entradas
duras e até momentos onde jogadores se estranharam (Moriwaki levou
cartão amarelo por fazer teatro após uma dividida com Leandro
Domingues), o Reds dominou mas falhou em criar uma chance clara de gol.
Seus jogadores já deviam estar pensando em como melhorar a equipe no
intervalo, quando um cruzamento de Fujita pela direita encontrou Kudo
livre de marcação na segunda trave. O atacante cabeceou firme, para o
chão, e tirou do goleiro Yamagishi: 1×0 e festa do lado amarelo do
Kokuritsu.
No segundo tempo o Urawa conseguiu ser
mais objetivo e quase chegou ao empate no lance em que Suzuki deixou
Kashiwagi na cara do gol mas, pressionado por dois defensores, o chute
não foi difícil para Sugeno defender. O Kashiwa teve uma chance ainda
melhor quando, em contra-ataque, Cleo passou de calcanhar para Leandro,
que avançou e serviu Kudo, que desperdiçou chance cristalina de ampliar.
Cada torcida fez o seu mosaico antes da bola rolar / J.League Photos
Nos últimos dez minutos o jogo pegou
fogo e a parte vermelha do estádio explodiu quando Koroki pegou rebote
dentro da área e empatou. Com muito atraso, o gol foi anulado por
impedimento – o bandeirinha não se mexeu no momento do gol. No replay,
no entanto, ficou claro que Koroki estava em posição irregular.
A tensão aumentou ainda mais nos acréscimos, que seriam de quatro
minutos mas duraram mais de cinco, até o apito final que consagrou o
segundo título do Reysol na Copa da Liga.
A rivalidade entre os dois, aliás,
fortaleceu-se nos últimos anos. A última vez em que o Reysol tinha
derrotado o Reds foi na rodada final da J-League em 2011, o jogo do
título inédito e maior conquista da história do Kashiwa. Desde então,
foram quatro vitórias do Urawa, incluindo uma goleada por 6×2.
Kudo foi eleito MVP e o prêmio de melhor
jogador jovem, chamado de “new hero”, foi para Manabu Saito, do
Yokohama F-Marinos. O artilheiro foi o brasileiro Marquinhos, também do
Marinos, com sete gols.
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