Jogos de vida e morte: nada é capaz de parar os super-homens da bola
Vulnerabilidade e força, sofrimento e superação, tragédia e glória. Isso tem a ver com futebol ou com a condição humana? Com ambos, como mostram as três histórias abaixo
Por Redação PLACAR
A derrota na estreia da Liga dos Campeões por 4 x 0 para o Real Madrid não foi o resultado esperado pelo técnico do Copenhagen, Stale Solbakken. Mas ele passou por situações bem piores.
Em 2001, quando era jogador do clube, Solbakken sofreu uma parada cardíaca durante um treino. Foi socorrido pelo médico Frank Odgaard. Durante 8 minutos, as massagens cardíacas não surtiram efeito. Chegou a ser considerado clinicamente morto, mas foi reanimado dentro da ambulância. Terminava ali a carreira de atleta com 58 jogos pela seleção norueguesa, incluindo a Copa do Mundo de 1998. Solbakken voltou ao futebol no ano seguinte como técnico e, em 2006, assumiu o comando do Copenhagen, onde ficou até 2011. Em agosto deste ano retornou, após passar pelo Colônia-ALE e pelo Wolverhampton-ING.
Aos 45 anos, uma segunda passagem pelo clube, em sua segunda profissão, em um segundo tempo de vida.
UMA BATALHA INTERIOR
O ex-jogador Klas Ingesson foi convidado no mês passado para assumir o comando do Elfsborg, time campeão sueco, classificado para a Liga Europa, mas com uma campanha mediana na atual temporada. Ex-meia com passagem pelo Bari e pelo Olympique Marselha, Ingesson integrou a seleção sueca que ficou em terceiro lugar na Copa do Mundo de 1994.
O treinador de 45 anos, no entanto, tem um desafio maior do que melhorar o desempenho do time nos campeonatos que disputa. Desde 2009, ele luta contra um mieloma múltiplo, um tipo de câncer hematológico que afeta a medula óssea. Após o tratamento inicial, os sintomas ficaram sob controle. Em dezembro de 2010, o clube o convidou para treinar o time sub-21, o que o fez voltar ao futebol. Este ano, o ex-jogador revelou que a doença voltou a se manifestar. Mesmo assim, aceitou o desafio de comandar.
UM FEITO AINDA MAIOR
O que pode ser mais consagrador para um goleiro do que defender um pênalti no último minuto e evitar a derrota de seu time? Mauricio Viana, do Santiago Wanderers, fez exatamente isso em agosto, no empate sem gols com o Audax Italiano, pelo Campeonato Chileno. Só que numa circunstância dramática: 12 minutos antes, ele havia se chocado com o atacante Omar Zalazar. Apesar das dores, decidiu permanecer em campo até o fim do jogo, quando defendeu a cobrança.
No vestiário, as dores ficaram mais intensas e Viana foi levado ao hospital, onde se constatou que havia sofrido uma perfuração no intestino, devido ao choque com o atacante adversário. Foi submetido a uma cirurgia e já voltou ao time que defende desde 2008. Viana, de 24 anos, é chileno, mas nasceu em São Paulo, e teve uma passagem pelo Unión Quilpué, da terceira divisão, quando estava sem espaço no Santiago Wanderes.
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