Al Ahly e Pirates jogam a honra de seus países na final da LC
Pirates e Al Ahly se enfrentam pela fase de grupos
Por Leandro Stein
TODOS OS CRÉDITOS:TRIVELA
A Liga dos Campeões da África contará com uma final entre velhos
conhecidos em 2013. Ambos na galeria de vencedores do torneio, Al Ahly e
Orlando Pirates já se cruzaram por duas vezes neste ano e voltarão a se
enfrentar em jogos de ida e volta em novembro, para definir não só o
campeão continental, como também mais um participante no Mundial de
Clubes. E, embora os egípcios sejam os atuais campeões e tenham a
melhor campanha desta edição, sua única derrota foi imposta pelos
sul-africanos. Razões para tornar a decisão imprevisível, em um duelo de
clubes que vivem situações totalmente opostas para defender as honras
de seus países no continente.
Maior campeão africano, o Al Ahly tenta seu oitavo título na Liga dos
Campeões – o quinto apenas nos últimos nove anos. A hegemonia dos
alvirrubros é evidente, impulsionada pelo tamanho de sua torcida e pela
forte base montada pelo clube na última década, sob o talento de Mohamed
Aboutrika. O que não significa, entretanto, vida fácil para o clube,
especialmente nos últimos dois anos.
O Al Ahly foi marcado pelo massacre de Port Said, que vitimou 72
torcedores do clube e paralisou o futebol do país em 2012. A dor serviu
de motivação para a conquista africana em 2012, mas continuou
atrapalhando a sequência do clube. Diante da instabilidade política no
país, o Campeonato Egípcio foi cancelado outra vez neste ano. E as
Águias sequer podem marcar seus jogos no Cairo, diante da falta de
segurança – as partidas pela LC aconteceram na cidade de El Gouna, na
Península do Sinai.
Enquanto isso, o Orlando Pirates desfruta da melhor organização de um
campeonato nacional na África. A Premier League consolidou-se a partir
de 1996, quando as ligas disputadas na época do Apartheid foram
unificadas (a África do Sul chegou a contar com três competições
distintas), enquanto a Copa do Mundo de 2010 também deu um incentivo à
infraestrutura. A excelência do torneio, porém, está longe de refletir
no desempenho dos clubes na LC. O único título africano do país foi
justamente em 1995, com os Pirates.
Além do mais, a organização da Premier League não significa a
contratação de astros internacionais. Os estrangeiros se limitam a
jogadores de outros países da África subsaariana e os principais astros
são mesmo os jogadores sul-africanos. O próprio Orlando Pirates só
contou com cinco forasteiros desde 1996. E, entre equipes que contam com
poucos convocáveis dos Bafana Bafana e outras que servem de base para
seleções inteiras (vide os exemplos recentes de Mazembe, Espérance e Al
Ahly), os resultados da LC não surpreendem.
Desta vez, mais uma vez o futebol de seleções deve influenciar no
caminho da taça da Liga dos Campeões. Afinal, o Al Ahly quer ‘lavar a
honra’ do Egito, virtualmente eliminado da Copa do Mundo após a goleada
por 6 a 1 para Gana, no primeiro duelo por uma vaga direta no Mundial de
2014. A conquista com o clube serviria para alento para mais da metade
dos torcedores egípcios, seguidores dos alvirrubros. Resta saber se o
Orlando Pirates e os milhares no Soccer City colaborarão, na grande
chance de asseverar que a Premier League tem mesmo a melhor estrutura
entre as ligas africanas.
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